O desafio permanente que nos lança Sophia de Mello Breyner, na sua Arte Poética III, será o mote de um espetáculo dirigido por Joana Providência onde a ideia de justiça e, naturalmente, a urgência de apontar a injustiça nas suas múltiplas faces, são o ponto de partida. Esta criação problematiza a justiça, que nos parece muitas vezes enganosamente imediata, enganosamente inevitável, enganosamente segura, até ao momento em que testemunhamos a presença da injustiça e percebemos que aquela carece de cuidado permanente. A interpelação milenar de Anarcásis “As leis são como teias de aranha que prendem os fracos e pequenos insectos, mas são rompidas pelos grandes e fortes”, ecoa no mundo contemporâneo com uma desconcertante pertinência. Este espetáculo, coproduzido com o Teatro Municipal do Porto, nasce do trabalho dramatúrgico de Alexandra Moreira da Silva e visa a construção de uma criação coreográfica para todos os públicos, habitada pela abordagem de questões tão relevantes como a diversidade, a escolha, a igualdade e a liberdade e pelo desejo de ser uma ferramenta de construção de justiça, ao integrar em cena a língua gestual, procurando assim uma maior e mais real proximidade a públicos diversos.

direção artística Joana Providência 
dramaturgia Alexandra Moreira da Silva 
apoio à direção artística António Júlio 
consultadoria de música Nuno Peixoto Pinho
intépretes cocriadores Ángela Diaz Quintela, Daniela Cruz, Giuditta Re, Maria Cargnelli, Natacha Campos, Noel Quintela e Victor Gomes 
luz Nuno Meira 
cenografia Cristovão Neto 
figurinos Lola Sousa 
apoio ao movimento Daniela Cruz 
apoio de voz Maria do Céu Ribeiro 
música Mariana Leite Soares 
direção de produção Glória Cheio 
produção executiva Rosa Bessa
coprodução Teatro do Bolhão e Teatro Municipal do Porto