É Gente a Mais Neste Barquinho de Merda
17 a 19 março'23
|
ACE Escola de Artes
|
Palácio do Bolhão

É logo no início do terceiro ano que as alunas e os alunos dos três cursos da ACE Escola de Artes se questionam
sobre quais são as suas inquietações, sobre o que querem comunicar e o que lhes interessa explorar enquanto
fazedoras e fazedores (cocriadoras e cocriadores) de um espetáculo de teatro. Para saberem responder, há
que dar-lhes tempo para que se escutem e, sobretudo, para que escutem o mundo – este em que vivemos, que
precisamos entender e ao qual devolvemos palavras, numa conversa íntima, nem sempre sossegada. A primeira
coisa que acontece, levantadas estas questões, é o silêncio. É expectável e é necessário. Quando nos propomos
a conversar com o mundo, enchemo-nos da responsabilidade pelo que acontece a seguir a essa conversa. Seremos
as mesmas pessoas? Pensaremos da mesma maneira? Continuaremos a fazer como fizemos? Talvez não. E
talvez o mundo não mude imediatamente a seguir. Mas é preciso mantermo-nos em conversa.
Nunca conseguimos fazer tudo o que é discutido (e sonhado) na primeira fase de um processo mas quando tropeçamos
num texto, não é por acaso. Quando começámos os encontros para este projeto, não sabíamos quem
era Matéi Visniec, nem que forma tinha a sua escrita. Mas vários dos temas que explorava no texto, de uma
forma ou de outra, correspondiam aos assuntos que nos inquietavam. Às primeiras leituras, o texto incomodava
e ao longo do seu estudo, íamos ficando cada vez mais perturbadas e perturbados. Nem sempre nos foi fácil
entender o lugar de onde falava o autor, nem sempre soubemos como nos posicionar perante aquele lugar – o
do autor, o das personagens e das histórias retratadas. Deu-nos luta e demos luta. Fizemos escolhas, cortámos
cenas, adicionámos outras, mantivemos a ambiguidade, aceitámos o cinismo, arriscámos um ponto de vista,
apertámos a forma, forçámo-la a dar de si. Tentámos. E acho que continuaremos a tentar.
Esta não é, exatamente, a nossa história.
Mas podia muito bem ser.
Ou estará para ser?
António Júlio
Encenação ANTÓNIO JÚLIO
Cenografi a ANA OLIVEIRA, FRANCISCA TOMAZ, ÍRIS LEITE, JOANA PEREIRA e RENATA FONSECA Figurinos e
Adereços CARINA SILVA, GONÇALO CUNHA, LEONOR VIANA, LIA SILVA e SOFIA FONSECA
Interpretação BEATRIZ CARVALHO, DIANA SOUSA, DUARTE TAVARES, ISABEL CAMPOS, EVA CARVALHO, INÊS
PINTO, INÊS PORTUGAL, JÁVA, JOANA SOUSA, MARIANA GAMA, MARIANA SILVA, MARTA MACHADO, MATILDE
NETO, MATILDE MEDINA, MIGUEL CUNHA, PEDRO MATOS e SUMMER VICENTINI Luz MELISSA MACHADO,
RÚBEN MOTA e VIOLETA GREGÓRIO Som DANIEL LIMA, MÁRIO VEIGUINHA, PEDRO ALMEIDA e PEDRO BEREND
Performance ao vivo FRANCISCA DIAS Direção Artística ANTÓNIO JÚLIO Assistência a Direção Artística
CATARINA SARAIVA Apoio a voz MARIA DO CÉU RIBEIRO Coordenação de Cenografi a e Adereços NUNO
SANCHES Apoio a cenografi a FILIPE MENDES Coordenação de Figurinos Adereços e Caracterização CAROLINA
SOUSA Apoio à Execução de Guarda-Roupa MARIA DA GLÓRIA COSTA Coordenação de Luz MÁRIO BESSA
Coordenação de Som RUI LIMA Apoio Técnico JOÃO BRITO, RODRIGO GOMES E TOMÉ LOPES Diretor Técnico
PEDRO VIEIRA de CARVALHO Direção de Cena JESSICA DUNCALF Divulgação NUNO MATOS Fotografi a PEDRO
FIGUEIREDO Vídeo VASCO SANTOS Produção Executiva ROSA BESSA Direção de Produção GLÓRIA CHEIO