A ideia de criar este espetáculo veio de um livro que nos apaixonou. Dele retirámos a procura e obsessão pela captura de uma memória que permanecesse para sempre entre os vivos. Ou seja; a memória que guardamos de cada alguém que passa por nós. Queríamos falar-vos do para sempre na arte. Aqui, em particular, no cinema. Aqui, em particular, também no teatro.

Em Para Não Esquecer, Chaplin embarca na aventura de procurar a sua imortalidade!
Como? Ele parte à procura de uma pequena caixa de madeira que tão simplesmente guarda imagens em movimento. É o cinematógrafo. É a origem do cinema. 
É do cinema que ficámos a conhecer Chaplin.

Fomos à boleia, levados pelos ombros de Charlie Chaplin e pelo seu genial ímpeto criativo, fazer esta viagem que baralha a ficção e a realidade. Baralha, engana, troca as voltas com formas estonteantes; engana a fome, distrai a morte e baralha o público e os demais…
Não foi minha pretensão recriar de uma forma puramente revivalista todos os jogos clownescos de Charlot. O objetivo foi pensar nas agruras da vida como um clown, para que o absurdo da realidade fosse ultrapassado e assim se somasse mais um dia na vida terrena. Quis criar uma ficção onde intérpretes jogassem o jogo da verdade através da linguagem clownesca; através duma visão subversiva do mundo, duma interpretação desmontada das coisas.

Margarida Gonçalves
 

texto A Última Dança de Charlot Fabio Stassi   
encenação Margarida Gonçalves   interpretação Francisca Barosa, Gabriely Valentine, Maria Inês Sousa e Miguel Oliveira   sonoplastia José Garcia   desenho de luz Leandro Oliveira   
cenografia e adereços Inês Velosa e Luna Fragua   figurinos e adereços Ana Dias   arranjo musical Francisca Barosa   ilustração Inês Velosa e Luna Fragua   comunicação e divulgação Maria Inês Sousa e Miguel Oliveira   fotografia de cena Pedro Figueiredo  

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